Sinners e The Last of Us Part 2

AVISO DE CONTEÚDO: Spoilers para The Last of Us Part 2 e, consequentemente, da série. Também falo sobre os temas e conceitos de Sinners, mas não há spoilers.


Essas últimas semanas eu consumi duas mídias sensacionais, pude assistir Sinners no IMAX e joguei The Last of us Part 2. Eu amei que ambos foram boas surpresas, porque as expectativas eram boas, mas ainda sim elas foram superadas.

Sinners é o tipo de filme que aparece para mim a cada sei lá quantos anos. Algo tão autêntico e confiante que me cativa e fica pra sempre gravado na minha cabeça. Eu estou tão desacostumada com filmes bons, que eu ainda to tentando processar como tudo se encaixa tão lindamente. Os temas, as atuações belíssimas e as mensagens sobre a importância de vivermos e protegermos nossa cultura de pessoas mal intencionadas, que se apropriam dela e tiram o que faz ela ser especial. Ainda mais na realidade capitalista atual, onde tudo vira produto. Punk, Blues, Jazz, Samba, Funk, Rap, Sertanejo raiz, todas essas coisas que um dia significaram ser contra o sistema, ou viver sob suas ferramentas de opressão, já foram raptadas e transformadas em produtos. Sinners não fala só sobre isso diretamente, isso foi só uma das coisas que ele me fez refletir sobre. E claro que tudo isso é “meio óbvio”, mas ver isso ser tão bem representado com metáforas e outras figuras de linguagem é o que torna o filme especial. Quanto mais eu penso sobre Sinners, mais eu quero reassistir e mais eu me apaixono pela obra. Assista, se você ainda não assistiu! Com certeza, ele será uma referência para futuros diretores e roteiristas.

E a trilha sonora, é só musicão também. Já coloquei algumas músicas na minha playlist. Faz sentido elas serem tão boas, até por ser um dos temas centrais da trama. Mas não quero ficar falando muito sobre isso, porque pode acabar estragando um pouco da supresa. E você agora tem a obrigação de assistir esse filme no cinema. Não me desculpo, porque eu que faço as regras.


Já TLoU 2 foi uma montanha-russa de emoções, boas e ruins. Os personagens são a melhor parte de tudo, mas os temas gerais e a facção dos Serafitas me deixam meio “eeeehhh… meio esquisito isso aí”. Eu falei um pouco sobre isso no meu Backloggd, então não vou repetir tudo aqui. Mas os Serafitas chegam muito perto de ser uma caricatura problemática de “povo não civilizado”, que adota práticas retrógradas, etc. E sabendo que Druckmann, que é israelense, usou o conflito de Israel e Palestina como inspiração para essa parte do jogo, é impossível não interpretar isso como uma representação de mal gosto do povo palestino. E sua visão simplista de “ciclos de violência” me dá um pouco de preguiça, porque isso só poderia ter surgido em uma realidade privilegiada como a dele, em que não é o povo dele que está sendo massacrado em um genocídio. Eu não gosto dele, é isso que eu quero dizer.

Mas é um jogo que me fez chorar muito e que me marcou muito. Estou perdendo um tempinho legal até jogando o modo No Return e comecei a assistir à série da HBO também. Eu terminei a 1ª temporada e achei legal, mas nada muuuito especial. É só uma recontagem do primeiro jogo com algumas mudanças, sendo a melhor de todas a história do Bill. As atuações são muito boas e Pedro Pascal é a única pessoa que eu consigo ver fazendo o Joel live action. Mas ainda acho que gosto um tico mais do jogo, as perfomances do Troy Baker e da Ashley Johnson são sensacionais e foram as primeiras que tive contato.

Estou animada para assistir mais filmes bons no cinema, pena que tem ficado cada vez mais caro. E também espero que não tenham mais sequências de The Last of Us, porque provavelmente vai ser dirigido pelo Druckmann de novo e não confio nele para liderar mais um projeto desse.