Pantheon é a história sci-fi mais linda que eu já vi
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Como o mundo reagiria hoje se pudéssemos fazer um upload do nosso cérebro para a nuvem? E se isso pudesse ser feito, ainda seríamos humanos?
Essa pergunta é um dos temas centrais da série animada Pantheon. E é, provavelmente, uma das melhores produções de animação já feitas nos últimos anos. Nele, acompanhamos a história da Maddie, que dois anos depois da morte de seu pai, consegue entrar em contato com ele através do computador. Assim descobrindo, que isso é resultado de um experimento de uma Big Tech que busca superar a mortalidade orgânica dentro do meio digital.
A série também aborda outros temas como: as consequências do avanço tecnológico desenfreado, a cultura de adoração às big techs, livre arbítrio e se, mesmo sendo uma simulação, uma pessoa digital ainda tem a capacidade de ser humana. O resto, vou deixar para você descobrir, porque Pantheon contém muitas reviravoltas marcantes. E quanto menos você souber, melhor.
Ela, com certeza, ficará na minha cabeça por muito tempo. E que agora está com a 1ª temporada disponível na Netflix e a segunda já está programada para lançar no dia 21 de fevereiro. Mas se você não se importar em piratear, as duas temporadas são facilmente encontradas no Torrentio e afins (só não sai baixando qualquer coisa, pirateie com responsabilidade). É uma carta de amor para o gênero da ficção cientifica e, infelizmente, tem passado despercebida pela maioria das pessoas.
SPOILERS DO FINAL DA SÉRIE
Mas eu preciso falar sobre o final, porque ele foi o que definiu Pantheon como uma das minhas coisas favoritas e é o que também amarra a série toda em um conjunto muito bem feito
Pantheon termina sua história tentando responder uma das clássicas perguntas da ficção cientifica: “O se estivéssemos vivendo em uma simulação agora?”
A resposta da série? “Não importa”.
Porque, no final, quem pode dizer que isso anula a realidade a autenticidade da nossa vida? Ainda sentimos o amor e a dor, ainda buscamos melhorar como pessoa e ainda precisamos tomar alguma atitude se quisermos atingir os nossos sonhos.
Maddie, no final da série, se torna uma inteligência digital tão poderosa ao ponto de conseguir simular bilhões de universos diferentes. Todos com bilhões de vidas diferentes, não menos reais do que as outras, não menos real do que a própria Maddie, que apesar de tudo, ainda é humana.
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Seu esforço de cem mil anos ainda é motivado pelo amor que ela sente pelo Caspian e a natureza humana de buscar por respostas. E quando ela vai de encontro com Deuses digitais ainda mais incompreensivelmente complexos, que a oferece a chance de se tornar igual a eles, Maddie descarta a oferta não por medo, mas por ter certeza que, para ela, isso não importa.
Até após se tornar efetivamente uma entidade onipotente, ela ainda sente dor e nostalgia pelo amor simples que ela sente pelo Caspian. E sua escolha de resetar a simulação e viver tudo de novo é quando Pantheon dá sua resposta final para a pergunta do início do vídeo. Não importa se vivemos em uma simulação ou não. O amor da Maddie de cem mil anos de idade, nunca foi menos real de quando ela era uma adolescente.
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Precisamos tirar o melhor da vida que nos resta, digital ou não. Porque no final, quem tem o direito de nos dizer o que é amor verdadeiro ou não?